Sexta-feira, 9 de novembro, o sol brilhava e muitos pessoas estavam alegres no Largo Glênio Peres, no Centro Histórico, de Porto Alegre. O forte calor não impediu a participação de diversos estudantes de diferentes instituições de ensino realizarem o Fórum Regional de Tribos em Porto Alegre em que foi comemorado o aniversário de 15 anos da Ação Tribos nas Trilhas na Cidadania da ONG Parceiros Voluntários.
O maior movimento de voluntariado infantojuvenil do Brasil reúne crianças e jovens que querem transformar a realidade. Esta ação de mobilização social propõe que os estudantes escolham uma trilha (Educação para a Paz, Meio Ambiente e Cultura) e a partir desta temática desenvolvem atividades e projetos voluntários na comunidade.
Muita música, dança, teatro, projetos de pesquisa foram apresentados durante à tarde. A estudante da Escola Estadual de Ensino Fundamental Prudente de Moraes, Kerollin Helena da Silva Franco contou que sua história com a Tribos começou com um convite da professora para participar de um projeto que realiza atividades com as crianças durante o recreio. “Eu sou apaixonada por criança e amo ajudar todo mundo. E foi isso que me chamou atenção: poder ficar ajudando o próximo e não fazendo apenas por mim”, explica Kerollin. O colega de aula da estudante, Samuel Nunes Pereira explica que a relação entre os estudantes mudou positivamente no colégio. “A gente construiu uma amizade muito melhor, porque aprendemos a cuidar do nosso amigo. Às vezes, a gente não sabe o que ele está passando. Agora, estamos nos preocupando mais com cada um”, comenta Samuel.
Além de transformar a forma como os estudantes veem o espaço onde estudam, possibilita que eles se sintam parte do grupo e, assim, tenham confiança em demonstrar a suas opiniões e propor atividades. A aluna Thailane Melo, da Escola Estadual de Ensino Fundamental Gonçalves Dias, explica que a dança realizada no palco do evento foi pensado devido o dia da Consciência Negra no dia 20 de novembro. “Eu pensei porque não fazer uma homenagem e, assim, mostrar que a cultura negra existe e que todos têm que ter respeito com ela tanto negros quanto brancos. Tanto que também escolhemos ter dançarinas brancas junto de negras, porque todos têm que ter respeito por isso”, conto a guria. A outra participante da apresentação, Stephanie dos Santos, conta que trilha realizada na Gonçalves Dias nesse ano era paz, mas depois decidiram mudar para cultura, porque os alunos se sentiram envolvidos com o tema. “A gente ficou duas semanas ensaiando e escolhemos bem rápido as músicas, pois já tínhamos em mente”.
A estudante Ana Carolina dos Santos de Brito relatou que ao desenvolver um projeto de uma bicicleta que carrega celular aprendeu que tudo que alguém quer, ela pode tentar fazer para alcançar um sonho. “No começo, quando a sora nos mostrou esse projeto a gente achou que ia ser muito impossível, que não ia ter como fazer. Tanto que muitas pessoas que vieram no nosso estande perguntando ‘Como você fizeram isso?’ Quando tu ouve isso parece ser uma coisa muito difícil, mas quando tu vê e tu quer que as coisas aconteçam é bem fácil”. Os alunos do colégio Marista Ipanema desenvolveram um carregador de celular em uma bicicleta. Ele funciona através de um dínamo, uma bobina, um ímã e um regulador de tensão. De acordo com Ana Carolina, o dínamo é acoplado junto a bicicleta e conforme uma pessoa gira a roda da bicicleta gera uma energia que passa por este instrumento, depois pelo regulador de tensão que deixa toda a energia estabilizada e após isso passa pelo cabo USB que carrega o smartphone. “Assim, acaba unindo o útil ao agradável, né? Porque ao mesmo tempo que você tá fazendo uma atividade física, tu tá carregando o teu celular. E também usamos fontes de energia renováveis e sustentáveis”, esclarece a menina.
O fórum realizado em frente ao Mercado Público oportunizou que as pessoas que passavam seja para pegar um ônibus, seja para passear, seja para fazer compras conhecessem o trabalho de alunos que desejam fazer a diferença em sua sociedade. São 15 anos de uma história construída para incentivar o protagonismo infantojuvenil, ética, voluntariado e cidadania.