A MTV de Porto Alegre exibiu, na noite desta terça-feira, 23, para convidados, o Dossiê Universo Jovem 4- Sustentabilidade, que teve por pergunta-tema O Que o Jovem Brasileiro Pensa e Sabe sobre Sustentabilidade? O evento foi realizado no Teatro do Bourbon Country e abordou os mesmo temas já pesquisados nas edições anteriores – família, religião, educação, sexo, poder de consumo e hábitos de mídia – com uma novidade: a preservação do planeta.
O estudo foi realizado com jovens pertencentes às classes ABC com idade entre 12 e 30 anos, entre abril e maio últimos. O universo pesquisado representa 8 milhões de jovens nas cidades pesquisadas (São Paulo capital, São Paulo interior, Rio de Janeiro, Salvador, Brasília, Recife, Belo Horizonte, Porto Alegre e Manaus), e 49 milhões de jovens no Brasil. Na fase qualitativa, coordenada e com análise final da Aartedamarca, foram realizadas 12 discussões em grupo e 52 entrevistas em profundidade com jovens, pais, educadores, escritores e formadores de opinião em diferentes áreas profissionais. Na fase quantitativa foram feitas 2.579 entrevistas, pelo Datafolha.
Em Porto Alegre, ficou evidente o maior consumo de drogas: 80% dos jovens já experimentaram algum tipo de droga em Porto Alegre contra 61% considerando todas as cidades pesquisadas. As principais preocupações dos jovens da capital gaúcha são as mesmas registradas nas outras cidades pesquisadas abril e maio deste ano) mas em menor proporção do que a média das cidades estudadas nos quesitos violência (38% contra 43% nas demais), desemprego (23% contra 39% idem) e drogas (22% contra 32% idem).
O recall de fatos e acontecimentos relacionados ao meio ambiente varia um pouco nas cidades pesquisadas. O Fórum Social Mundial é lembrado por 82% dos jovens de Porto Alegre contra 27% dos jovens das cidades pesquisadas.
Segundo o documento, o tema meio ambiente já aparece espontaneamente como preferido e de interesse para 9% dos jovens e que gera preocupação para, pelo menos, dois em cada dez deles. Para 36% destes jovens, o Brasil vai ser um centro de interesses, por ser o país que tem a maior quantidade de recursos naturais e 34% concordam totalmente que os países de primeiro mundo vão se apropriar da Amazônia e dos recursos naturais do Brasil. Isso porque 54% acreditam que os brasileiros não se esforçam para garantir a preservação da Amazônia e de outros patrimônios naturais do Brasil.
No entanto, alerta a pesquisa, apesar dos investimentos em comunicação, a maioria dos jovens sabe pouco sobre o que as empresas têm feito pelo meio ambiente e pela sociedade e avaliam a atuação das empresas como sendo pior do que a atuação do governo. Embora não mencionem o termo “greenwash
”, os jovens mostram saber que esta é a prática de algumas empresas: quatro em cada dez dos pesquisados concordam que algumas empresas fazem propaganda dizendo que preservam o meio-ambiente, mas, na prática, poluem e não reciclam e que muitas usam os temas sustentabilidade e desenvolvimento sustentável na propaganda apenas porque está na moda.
No que se refere à preservação do meio ambiente, os jovens esperam mais das marcas: investimento em projetos que façam a diferença para a comunidade; que convidem a comunidade para participar de suas ações, ensinando a população a agir; investimento em processos de produção e produtos com responsabilidade socioambiental. Quanto à comunicação, esperam que as marcas “façam e só depois divulguem” e que utilizem uma linguagem mais jovem e simples nas ações publicitárias.
Fonte: Coletiva.net
24/09/2008