A Força das empresa

Demanda:

Uma das maiores mineradoras do mundo, a Hydro buscava avançar em três objetivos: aprimoraras relações com as comunidades nos locais em que opera; ser parceira do desenvolvimento sustentável desses territórios; e fortalecer a marca como empresa consciente. A solução deveria respeitar os valores da companhia (Cuidado, Coragem e Colaboração) e atender os seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) prioritários, que tratam de educação de qualidade (ODS 4); emprego pleno e decente (ODS 8); e paz, justiça e instituições e capazes (ODS 16).

Solução:

O desenvolvimento da solução se deu por meio de cocriação, que envolveu a empresa, a Parceiros Voluntários, OSCs locais e Conselhos Municipais da Criança e do Adolescente.

Tendo em mente que o voluntariado pode ser uma forma de resgatar a confiança e o vínculo entre comunidade, empresas e instituições, o grupo de trabalho entendeu que esse poderia ser o fio condutor para unir e beneficiar os públicos nos territórios onde a Hydro está presente.

As organizações foram escolhidas com o apoio dos conselhos municipais, e com base em critérios como a afinidade de valores e de objetivos – o que incluía respeitar os valores e ODSs pré-definidos.

Os voluntários contribuíram tanto na execução de ações sociais como no aprimoramento da gestão das organizações, para que as ONGs profissionalizassem seus métodos e ampliassem o impacto social.

A PV, por sua vez, aportou metodologias, desenvolvidas ao longo de seus 22 anos, tanto para a equipe da Hydro como para as lideranças sociais, tendo como foco a melhoria de processos.

Resultados:

A solução foi implantada no Rio de Janeiro e nos municípios paraenses de Paragominas, Barcarena e Belém. Desde 2019, já são mais de dois mil participantes, cerca de 4 mil horas de ações na comunidade e 40 mil pessoas beneficiadas. Dessa forma, além de criar valor social, a iniciativa atendeu o objetivo de restaurar as relações com os públicos estratégicos, como funcionários, moradores do entorno e OSCs.

Cmpc Celulose

Uma das grandes produtoras de celulose presentes no Brasil, a CMPC atua em mais de 60 municípios do Rio Grande do Sul com o plantio de eucaliptos, além de contar com uma planta industrial em Guaíba.

Demanda:

A demanda estava ligada ao momento da companhia, que iniciava a divulgação de um novo propósito corporativo, cujos eixos principais eram Criar, Conviver e Conservar - e que, portanto, tinha a convivência harmoniosa com as comunidades como valor central.

Uma das premissas do novo modelo de relacionamento era levar para as comunidades próximas das operações, tanto em Guaíba como nas zonas rurais, os diálogos e iniciativas sociais que antes estavam concentrados nos ambientes urbanos. A necessidade era melhorar o diagnóstico das prioridades dos moradores e contribuir para o desenvolvimento com um processo participativo.

Outro requisito era alinhar a atuação às diretrizes da CPMC, dando prioridade às iniciativas que atendessem os ODSs relacionados ao acesso à água potável (ODS 6), erradicação da pobreza(ODS 1) e comunidades sustentáveis (ODS 11), entre outros.

A reestruturação, no entanto, era particularmente desafiadora. A empresa havia acabado de migrar de um modelo que contava com uma equipe terceirizada, responsável por circular entre as comunidades para levar informações e colher feedbacks, para outro em que o time interno realizava essa função.

Para reestruturar o programa e atender todas as demandas, era necessário unir uma metodologia e capacitar os profissionais. Foi nesse contexto que a Parceiros se juntou.

Solução:

Chegou-se a quatro etapas:
1. Mapeamento de demandas: visita a moradores das regiões próximas.
2. Análise interna: quais os impactos dessa demanda para a empresa.
3. Análise externa: qual a relevância das demandas para a própria comunidade.
4. Matriz de convergência: cruzamento das demandas com os eixos estratégicos.
Cada quadrante tem um plano de ação recomendado.

Resultados:

A CMPC realizou o processo em 35 municípios. Isso gerou cerca de 240 horas de escuta e viabilizou iniciativas em 15 comunidades, cujas demandas ficaram dentro do quadrante “fomentar e desenvolver”. As demandas atendidas incluíram temas como capacitação técnica de produtores rurais, acesso à água e apoio à produção de alimentos orgânicos.

Além de endereçar demandas práticas ligadas ao desenvolvimento das comunidades, a solução comprovou claramente a sua capacidade de criar fortes vínculos de confiança na região.

Cooperação entre ONGs para um Terceiro Setor mais forte

Existem, no Brasil, aproximadamente 800 mil ONGs (IPEA/2021), que juntas somam cerca de 35 milhões de voluntários. É um contingente tão robusto que corresponde a mais de dez vezes a população do Uruguai.

É estimado que o Terceiro Setor represente nada menos que 84% dos serviços de educação, saúde e assistência social das comunidades.

Sabendo da importância das ONGs para o tecido social no País, a Parceiros Voluntários entende que é importante apoiá-las, para contribuir com a sua perenidade e ampliarseu impacto.

Para isso, a PV organiza momentos de escuta com organizações, e assim desenvolve soluções conjuntas.

Demanda:

O Instituto Credit Suisse Hedging Griffo (ICSHG) é uma organização social que tem como mantenedores duas instituições financeiras: o Banco Credit Suisse e a Verde Asset Management.

A proposta do instituto é ser uma gestora de investimentos sociais, que aplica sua expertise financeira e rigor analítico para selecionar e investir em projetos sociais de resultado, que formam uma carteira anual.

No curso dessa atividade de análise de investimentos, o ICSHG encontrou uma dificuldade crônica: a falta de cultura de prestação de contas e transparência de muitas OSCs.

Isso gerava um problema estrutural no Terceiro Setor. As empresas e instituições que fazem repasses para outras OSCs precisam de segurança para escolher onde investir. E as OSCs, por seu lado, precisam da confiança desses agentes para captar recursos e garantir sua sustentabilidade financeira.

Era necessário, portanto, capacitar as OSCs para implantar métodos de gestão e criar a cultura de gerenciamento de dados e prestação de contas.

Solução:

Com o intuito de contribuir nesse sentido, a Parceiros Voluntários desenvolveu iniciativas de formação voltadas às OSCs. Um dos exemplos é o curso “Educando para a Transparência”, promovido em parceria com a FEA-USP e o ICSHG.

A formação foca em aspectos de accountability e compliance como maneira de trazer melhora para os processos de gestão e prestação de contas das organizações, e conta com chancela da USP.

Resultados:

O impacto no dia a dia das organizações participantes é rápido. Após a iniciativa, 59% das ONGs passaram a ter Planejamento Estratégico (antes eram 35%); houve um aumento de 16% nas organizações que usam a metodologia de fluxo de caixa projetado; e todas passaram a trabalhar com a planilha orçamentária e a divulgar missão, visão e valores.

Os avanços de gestão em pouco tempo se refletiram em mais captações – e, claro, mais segurança financeira para as OSCs. Em apenas seis meses, notou-se um aumento de 15% nas suas receitas. No momento das inscrições, as ONGs participantes geriam um valor de R$ 170 milhões. Ao final da jornada de formação o valor já havia subido para um total de R$ 195,5 milhões.

ESCOLA: espaço de formação da cidadania

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) determina de forma muito clara: o fim último da educação é a formaçãoda cidadania. Isso implica que as escolas devem incorporar esse objetivo aos seus projetos político-pedagógicos, com atividades que despertem a responsabilidade social e o espírito empreendedor dos estudantes.

Para uma organização como a Parceiros Voluntários, que busca promover o desenvolvimento humano e a transformação social, é absolutamente natural atuar em parceria com instituições de ensino, sobretudo com iniciativas voltadas ao exercício da cidadania.

Conheça a história dessa parceria.

Demanda:

Em diálogos com diversas escolas das redes pública e privada, a Parceiros constatou que existia uma dificuldade frequente em atender a LDB, especialmente com atividades extracurriculares que oferecessem aos alunos vivências de cidadania e participação ética.

Com ampla experiência na mobilização para a Responsabilidade Social Individual e ciente da demanda das escolas por apoio, a organização passou a trabalhar em conjunto com as instituições de ensino para desenvolver soluções a partir de cocriação.

Solução:

Foi assim que surgiu o Valores na Educação. A solução se apoia em duas Tecnologias Sociais: a Tribos nas Trilhas da Cidadania, direcionada para os alunos, e a Qualificação de Educadores para a Participação Social e Mobilização Juvenil, para professores.

Tribos nas Trilhas da Cidadania prevê que os alunos “coloquem a mão na massa”: eles formam suas tribos (grupos de trabalho), escolhem uma trilha (Educação pela Paz, Meio Ambiente ou Cultura) e depois, com base nessas definições, criam e implantam projetos para solucionar problemas da sua escola e comunidade. Aos líderes das Tribos, são oportunizadas a capacitação de desenvolvimento de liderança, que trabalham temas como Competências Socioemocionais, Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, Reputação e Privacidade em Redes Sociais e Empreendedorismo.

Já o objetivo da Tecnologia Social voltada aos educadores é prepará-los para despertar nos estudantes o conceito e a atitude de mobilização e empreendedorismo e sua integração à escola ou comunidade.

Esta solução está alicerçada em dinâmicas interativas, jogos cooperativos, vídeos, músicas, reflexões sobre o cenário educacional e exposição conceitual e prática, e tudo isto é feito de forma 100% digital.

Resultados:

No total, a Parceiros já atendeu 3.400 instituições de ensino, qualificou 3.681 educadores, capacitou 7.218 jovens e um contingente de aproximadamente 180 mil estudantes já participou da ação. Tribos hoje, é considerado como o maior movimento de voluntariado infanto-juvenil do país.