Os benefícios e o aprendizado do voluntariado empresarial
Por Thais Aiello (painel.executivo@abril.com.br)
O exercício da cidadania tem guiado empresas e profissionais por caminhos de aprendizado quanto às possibilidades da ação voluntária para a transformação social. Em organizações de ponta, saem de cena as iniciativas de perfil meramente assistencialista e adquirem força projetos mais estruturados e participativos, articulados com as diretrizes estratégicas, as competências críticas do negócio e os valores corporativos. Quando os esforços se juntam e há um plano bem delineado, os resultados se multiplicam. Além de fazer o bem e promover mudanças na sociedade, as iniciativas repercutem no sentimento de pertencer dos colaboradores. “Um bom projeto de voluntariado empresarial aumenta a retenção”, ensina Ismael Rocha, diretor da ESPM Social.
Pedro Parente
CEO da Bunge Brasil
“Quanto mais conheço o programa de voluntariado da Bunge, mais gosto dele. Quando cheguei à empresa encontrei um projeto maduro, bem estruturado, que toca as pessoas. É possível ver a energia, o brilho nos olhos pela dedicação a uma causa. Criado há nove anos pela Fundação Bunge, o Comunidade Educativa está presente em 13 localidades, em diversos estados brasileiros. Temos hoje quase 400 voluntários atuando em 40 escolas públicas onde estudam cerca de 13,5 mil crianças. Nossos colaboradores são capacitados para atuar como contadores de histórias, em uma programação articulada que prevê, também, um trabalho com os educadores. A meta é contribuir para a formação de alunos cidadãos, aptos em leitura e escrita. É um processo em que todos ganham. Para a empresa, o voluntariado facilita a integração das unidades de negócios, reforça a confiança entre as pessoas, faz surgir lideranças e desenvolve competências. Cria também um contágio positivo, envolvendo cada vez mais pessoas.”
“O voluntariado reforça a confiança entre as pessoas e desenvolve competências”
Carlos Relvas
Diretor de RH da P&G Brasil
“Aos sábados, as dependências de nossas unidades de negócios se transformam em sala de aula. Nesse dia, recebemos jovens da comunidade cadastrados para um programa de educação financeira e para aulas de inglês, iniciativas que têm como instrutores os funcionários da companhia. O programa faz parte das iniciativas de voluntariado, mas há outras formas de participação, como efetuar uma doação em dinheiro que terá igual contrapartida financeira por parte da organização. Para viabilizar as ações, contamos com a parceria de uma ONG internacional, um fundo comunitário que congrega outras companhias e, assim, amplia os impactos na comunidade. Nosso programa é global, e ganha o tempero local ao possibilitar uma atuação participativa. A empresa funciona como um facilitador para criar as condições e estabelecer a ponte entre quem precisa e as habilidades dos nossos colaboradores. Os pilares do programa são Viver – Aprender – Prosperar, dentro do princípio de que, melhor do que dar o peixe, é ensinar a pescar.”
Fonte: Revista Exame
Data: 04/05/2011