As empresas só atingem a sua maturidade plena quando são capazes de fazer de sua atividade instrumento efetivo de transformação e inclusão social. É com esta crença, e em absoluta sintonia com as diretrizes da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) implementa no estado um dos mais abrangentes programas de voluntariado empresarial do País, criado, no começo da década, por iniciativa do seu Conselho de Cidadania Empresarial. É um trabalho que tem o claro e bem definido objetivo de sensibilizar e mobilizar a sociedade. Na ponta estão as empresas do setor industrial que funcionam como catalisadoras na missão de sensibilizar pessoas, comunidades, ONGs e instituições públicas e privadas para a importância da prática do voluntariado.
Nossa convicção é a de que temos importante colaboração a oferecer, reforçada pela certeza de que assim agindo podemos contribuir para construir um mundo pautado pelo compromisso com o desenvolvimento sustentável. Foi com este sentimento que fomos para as ruas neste primeiro domingo de dezembro para realizar a oitava edição do Dia de Ser Voluntário (Diav). Os resultados obtidos em mais de uma centena de municípios mineiros revelam um balanço alentador e que nos anima a avançar.
Um exército de cerca de 50 mil voluntários, unidos em um grande mutirão de solidariedade, realizou mais de 4 mil ações em todo o estado. Este ano, tendo como tema os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, programa criado pela ONU, as ações voluntárias do Diav concentraram-se nos objetivos 1 e 7 – respectivamente o “combate à fome e à miséria” e “qualidade de vida e respeito ao meio ambiente”. O balanço desse mutirão voluntário mostra o engajamento de aproximadamente 500 mil pessoas que participaram, conheceram os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, interagiram com os voluntários e se beneficiaram das ações realizadas. Muito especialmente, deram a Minas e ao Brasil um edificante exemplo de vida, de compartilhamento e de dedicação na construção de um mundo melhor e mais justo.
Ao adquirir esta abrangência, que desde o princípio esperávamos, o Diav se transforma também em instrumento de fortalecimento da aliança de todos os segmentos da sociedade mineira em um esforço voluntário e coletivo para a superação de problemas comuns. Este, com certeza, é um dos grandes méritos da iniciativa, que a cada nova edição explicita o amadurecimento da população que faz do Diav não apenas o Dia de Ser Voluntário e, sim, o dia de celebrar o voluntariado como prática de todos os dias do ano.
Pelo seu êxito e pioneirismo, o Diav se consagra como amostra da atuação do Sistema Indústria na área da responsabilidade social no País e também em cada um dos estados brasileiros, sob a liderança da CNI e do seu Conselho de Responsabilidade Social, o Cores, criado pelo presidente Armando Monteiro Neto. Na verdade, a crescente atuação da indústria na área da responsabilidade social empresarial explicita o cumprimento de uma das principais diretrizes do Mapa da Indústria. Firma o posicionamento do setor no cenário competitivo global e estabelece como visão, para 2015, exatamente o desenvolvimento sustentável ao qual somente chegaremos pela prática efetiva e sincera da responsabilidade social.
Esta, com certeza, é a melhor resposta que se pode dar às grandes mudanças ocorridas nas duas últimas décadas – econômicas, sociais, culturais e ambientais – e que têm levado governos, empresas e sociedade a repensar suas relações. Ética, cidadania e responsabilidade social emergem como valores essenciais para a construção do desenvolvimento sustentável. Nesse novo contexto, a gestão empresarial socialmente responsável se apresenta como a melhor via para a geração e distribuição de renda, diminuição da pobreza e preservação do meio ambiente.
Neste objetivo, trabalhamos com a visão do Instituto Ethos, nosso parceiro em inúmeros projetos, que define gestão socialmente responsável como aquela que se molda pela relação ética e transparente da empresa com todos os segmentos de públicos com os quais interage e, também, pelo estabelecimento de metas empresariais compatíveis com o desenvolvimento sustentável da sociedade. Como se percebe, responsabilidade social empresarial é muito mais que apenas um modismo. É um conjunto de valores e princípios que veio para ficar e já começa a impactar fortemente os sistemas de gestão do futuro, moldando-os às exigências da sociedade contemporânea.
Agindo e trabalhando com ética e transparência, é cada vez maior o número de empresas bem-sucedidas que assumem suas metas e objetivos econômicos sem se omitir diante de suas responsabilidades sociais. Entendem que são parte da sociedade e a ela se integram, considerando o impacto de suas atividades e participando da solução de desafios que se apresentam e cuja superação é vital para o País.
Fonte: Gazeta Mercantil
Data: 11 de Dezembro de 2008