Nasci em 12 de fevereiro de 1940 em Passo Fundo, cidade localizada no planalto gaúcho, no seio de uma família em que várias pessoas já se dedicavam ao trabalho de servir ao próximo desinteressadamente.
Mas foi somente após os 30 anos de idade, que começou a despertar em meu ser a necessidade de ajudar pessoas, independentemente de serem parentes ou não, da religião a que pertenciam, da cor da pele, do nível econômico em que viviam.
Como executivo de um grande grupo nacional nos anos que se seguiram, dedicava-me integralmente à empresa, passando a ajudar com doações mensais, várias instituições filantrópicas.
Após minha aposentadoria naquela empresa e a criação da minha própria atividade profissional, foi que senti a necessidade de trabalhar diretamente em uma instituição, como voluntário.
Mas que grupo de pessoas ajudar: recém nascidos abandonados, jovens, adultos, idosos, moradores de rua, deficientes físicos, drogados, portadores de doenças incuráveis, ex-apenados e outros tantos ? Para qual instituição oferecer meu trabalho ?
Lembrei-me então da Parceiros Voluntários, que dava seus primeiros passos em 1999.
Fui até sua sede, preenchi o Cadastro para Voluntários em 10/06/99, realizei uma entrevista individual em 22/06/99, escolhendo aleatoriamente a Casa do Menino Jesus de Praga, pois entendi que ali estavam seres humanos totalmente dependentes da ajuda de terceiros, carentes de amor, tendo que viver uma existência curta repleta de grandes vicissitudes.
Em seguida me apresentei naquela instituição e comecei a trabalhar na área de captação de recursos, recebendo em 20/07/99 um singelo cartão da sua diretoria, que guardo comigo com muito carinho, dizendo:
“Ao nosso amigo Alberto
O amor e a alegria são elementos básicos para conquistarmos amizades e as conservarmos. E são básicos, também, para nossa paz mental !
Obrigado pelo amor e alegria que nos oferece e sinta a paz que nasce dentro de nós.
A felicidade não pode estar em nada que esteja fora de você. Obrigado por estar junto de nós.
De todos da CMJP”
Pois bem, a partir daquele momento passei a estar junto de todos na Casa, a freqüentar reuniões da diretoria, a aceitar novos desafios, recursos humanos, tesouraria por seis anos e agora, em abril de 2007, a presidência da instituição por dois anos.
Confesso que o cargo atual não fazia parte dos meus planos, que sempre foram de trabalhar com afinco, anonimamente, sem aparecer, mas acabei cedendo aos pedidos de meus companheiros de jornada e aceitei a missão e os grandes desafios existentes:
· ampliar constantemente a qualidade de vida de cada criança ali abrigada;
· buscar obstinadamente a sustentabilidade e perenidade da instituição;
· iniciar a construção de uma nova unidade com capacidade para abrigar um número maior de crianças, em melhores condições;
· trabalhar sempre na melhoria da qualidade da gestão da Casa; e,
· manter sempre os valores de respeito total às crianças, amor ao próximo, ética, probidade e transparência, em busca de uma sociedade mais justa e solidária.
Finalizando agradeço a Deus a oportunidade que me concedeu nesta existência de desfrutar de uma bela família, junto com minha esposa com quem estou casado há mais de 42 anos, três filhos e três netos lindos, saudáveis e ao mesmo tempo dirigir uma instituição que abriga 42 crianças com lesões cerebrais severas, problemas de mobilidade e oriundas de famílias extremamente miseráveis, ou abandonadas ou maltratadas, que tentamos tratar como se fossem nossos filhos.
Trabalhar voluntariamente na Casa do Menino Jesus de Praga é como freqüentar um local sagrado, com uma aura especial, fazendo pos graduação na escola da vida, lembrando que tudo começou em uma entrevista inicial na Parceiros Voluntários, a quem muito agradeço.
Depoimento do voluntário Alberto Oliveira Annes
que em 2007, completa 8 anos da sua trajetória de voluntariado