O superintendente da ONG Parceiros Voluntários, José Alfredo Nahas, irá levar à 10ª edição do Congresso do GIFE, em São Paulo, no dia 6 de abril, uma provocação que vem ganhando força no Brasil. No evento, que tem como tema central “Brasil, Democracia e Desenvolvimento Sustentável”, o administrador de empresas com especialização em Gestão nas áreas empresarial e social irá defender o impacto que as cerca de 400 mil organizações da sociedade civil (OSCs) brasileiras geram na economia do País.
Os dados mostram que o chamado Terceiro Setor, segmento que envolve as ONGs e organizações sem fins lucrativos, não se limita à solidariedade. Em 2007, o segmento já representava 1,4% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, ou R$ 32 bilhões. A participação no PIB mundial alcança hoje 8%. No Brasil, já há 20 milhões de voluntários e 1,7 milhão de empregados.
O cientista político Robert Putnam, em 2005, criou o conceito de “capital social”. Diz que, quanto maior sua presença em uma nação, mais desenvolvida ela é. O Terceiro Setor promove ganhos econômicos ao levar os excluídos para o mercado de consumo. Estudos de Putnam mostram que as relações sociais se vinculam com as diferenças nos níveis de crescimento de cada região, e o Terceiro Setor é decisivo nessas assimetrias. Conforme Putnam, as palavras, “capital” e “social” podem e devem se ajudar. O voluntariado é social, mas também é econômico. Precisa ser visto por essa perspectiva. Desde 1990, o Banco Mundial analisa projetos sob o enfoque do capital social e suas redes de inclusão. Equações já mostram a importância da relação entre os vetores VE (Valor Econômico) e SV (Valor Social).
Lester Salamon, da John Hopkins University, constatou haver 1,7 bilhão de voluntários no mundo. Concluiu que tão expressivo grupo humano, se unido em uma nação, equivaleria ao segundo país do mundo em termos populacionais. A pesquisa de Salamon abarcou 22 países, incluindo o Brasil. Diz que o segmento gira US$ 1,1 trilhão e emprega 19 milhões de pessoas nessas nações. Apenas no Brasil, o Terceiro Setor movimenta R$ 11 bilhões. Emprega algo como 1,5 milhão de pessoas.
David Braga, CEO da Prime Talent, diz que o Terceiro Setor é tendência de mercado. Para as empresas, “gera engajamento, posicionamento e fortalecimento da marca”, sendo “diferencial no mercado”.
Outro levantamento revelador vem do Centro de Estudos em Administração do Terceiro Setor (Ceats). Diz que 56% das empresas pesquisadas investem em atividades sociais, e as percepções com os efeitos atingem em cheio os fatores econômicos: 40% creem que as ações sociais envolvem mais o funcionário com o trabalho e 34% creem que aumentam a produtividade. Outro dado: a ChildFund, que beneficia 123 mil pessoas em ações sociais, assegura: o Terceiro Setor movimenta R$ 25 bilhões por ano no Brasil. Diretor da ChildFund no país, Gerson Pacheco identifica “miopia” nessa área, que merece a formação de profissionais nas academias
É superintendente da ONG Parceiros Voluntários, uma das principais ONGs brasileiras, modelo de profissionalização e sustentabilidade no Terceiro Setor, que conta com mais de 470 mil voluntários mobilizados e cerca de sete milhões de pessoas beneficiadas.
Graduado em Administração de Empresas e com MBA em Gestão Empresarial, José Alfredo construiu a maior parte da sua carreira no Terceiro Setor. Com grande expertise em gestão de negócios, desde 2004 atua junto à ONG Parceiros Voluntários nos segmentos de Gestão, Planejamento e Parcerias Estratégicas. É o responsável por implantar na entidade o sistema de gestão baseado no acompanhamento de indicadores estratégicos e operacionais. Possui qualificação em Gerenciamento de Projetos (PMTECH), Gestão de Projetos Sociais (GIFE) e é especialista em Melhoria da Qualidade (Certified Quality Improvement Associate – CQIA). Além da Parceiros, também teve uma atuação consistente no Segundo Setor, onde atuou como Gerente Geral/Comercial da AMBEV por 08 anos e desenvolveu projetos como consultor para o SEBRAE, como a implantação da REDESIM no Rio Grande do Sul e para empresas como Stihl, Arezzo, Lojas Renner e Banco Topázio.