Essa é uma indagação que não sai de minha cabeça e, talvez, seja um dos principais impulsionadores de minha busca por conhecimento. Certamente trata-se de uma daquelas perguntas que não possuem resposta única (na realidade, tampouco estou certo de que exista uma resposta para a questão), porém isso não nos impede de refletir sobre o tema.
Ao navegar pelos tortuosos caminhos dessa jornada extraio uma primeira convicção observando e vivenciando o dia a dia do ambiente corporativo: o exercício da gestão é um eterno exercício de aprendizado. O dia que perdermos a capacidade de aprender, simplesmente perderemos a capacidade de ser bons gestores.
Essa convicção é proveniente de um dos aspectos que melhor caracteriza nossa sociedade atualmente: a velocidade. Falar sobre a velocidade com que as coisas acontecem no ambiente empresarial é “chover no molhado”. Porém é extremamente relevante discutir as consequências dessa dinâmica.
Uma das consequências mais claras desse processo se reflete no alto nível de incerteza e instabilidade com que se caracteriza o mundo corporativo. Na medida em que surgem novas alternativas e possibilidades a cada dia, aquilo que era certo simplesmente transforma-se em incerto do dia para a noite.
Nesse cenário, adotar uma postura inflexível, repleta de verdades absolutas faz com que o gestor seja presa fácil da obsolescência, com seu conhecimento ficando ultrapassado em questão de meses, dias ou, até, minutos.
Assim, a capacidade de aprender, adaptando-se às mudanças do ambiente, é um dos principais requisitos para o gestor de sucesso. Indo além, é necessário desenvolvermos nossa capacidade de aprender a aprender, tendo uma atitude legítima e inquieta rumo ao aprendizado. Mas como aprender, algo que muito se fala, mas que pouco se aplica?
Atitude
Em primeiro lugar, esse não é um aprendizado que acontece exclusivamente nos meios teóricos; ele se dá também em nossa prática diária, em nossos relacionamentos. Aprendemos nos relacionando com outras pessoas, com outras empresas, com outras realidades. A inquietude perante aos nossos desafios diários é uma das mais importantes fontes motivacionais rumo ao aprendizado.
Portanto, mais do que um sistema ou um processo trata-se de uma questão de atitude. Sim, e essa atitude é das que requerem coragem e humildade, já que vivemos em uma sociedade que não oferece espaço a dúvidas.
Humildade é justamente o contrário do que a extrema segurança e as certezas absolutas que somos ensinados a mostrar aos outros. O gestor que dá sinais de inquietações perante a dado problema, muitas vezes é visto como um profissional inseguro, incompleto.
Não se engane, leitor. Trata-se de mais uma das passagens do mundo corporativo que faz parte da série “me engana que eu gosto”. Para não cair na armadilha da superficialidade devemos ter coragem de refletir sobre esse admirável mundo novo que floresce nos negócios e cria um contexto absolutamente propício para nos aprofundarmos sobre teses e conceitos vistos com certa incredulidade pelo status quo.
Nos acomodarmos nas verdades do passado sem confrontá-las com nossa nova realidade fará com que desperdicemos a imensa oportunidade de sermos protagonistas na construção desse novo paradigma nos negócios. Estamos diante de um mundo de possibilidades. Não se desperdice. Construa as suas aprendendo a aprender hoje e sempre.
Portal HSM – 28/01/2011
Sandro Magaldi (Diretor comercial da HSM do Brasil. Professor da ESPM e autor do livro Vendas 3.0 – Uma nova visão para crescer na era das ideias. Visite seu blog: www.sandromagaldi.com.br)