Quem é a geração prateada brasileira? O estereótipo construído no imaginário da sociedade não combina com a realidade. Os maduros estão presentes nas redes sociais, assistem aos filmes, escutam música e estão usando sites e aplicativos. Segundo dados da empresa Hype60+, 79% dos entrevistados desejam viajar; 92% tem smartphone e 93% são bancarizados. Os seniores não têm medo da morte (74%), mas têm medo de depender fisicamente de alguém; mostra o levantamento “Ao seu tempo” realizado por Datafolha, em 2018.
Mais de 28 milhões de pessoas tem 60 anos ou mais de acordo com a pesquisa Projeção da População 2018 realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Isto representa 13% da população do país. E os números de longevos tendem a crescer no Brasil nas próximas décadas. Segundo este estudo, em 2043, um quarto dos habitantes deverá estar nesta faixa etária, enquanto a proporção de jovens até 14 anos será de apenas 16,3%.
Fonte: Projeção a população: Brasil e Unidades da Federação: revisão 2018 (Gráfico IBGE)
Já que o Brasil está envelhecendo, as pessoas estão preparando o futuro com qualidade de vida. Desde de 2015, dados internos do Google demonstram que há 18% no crescimento médio das buscas por termos relacionados a planejamento financeiro. Da mesma forma, as pesquisas na internet com referência a temática de direitos do idoso têm aumentado, em média, 15% ao ano. A especialista em Psicopedagogia Institucional e doutora em Gerontologia Biomédica pelo Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS, Michelle Clos, ressalta que os direitos das pessoas idosas são direitos de todos. Para a pesquisadora, é fundamental o conhecimento da Política Nacional do Idoso, pois a consciência de uma sociedade de direitos é um dos pilares da democracia e do envelhecimento ativo e saudável. Pensando nisso, a ONG Parceiros Voluntário realizou, com o apoio do Conselho Municipal do Idoso de Porto Alegre, o Seminário De Repente 60+ que debateu protagonismo, saúde e mercado de trabalho, nos dias 8 e 9 de agosto, na AMRIGS. Foram beneficiados a partir do evento mais de 2 mil pessoas.
A abertura do evento foi realizada pelo Superintendente da organização José Alfredo Nahas, que refletiu sobre a necessidade de profissionalizarmos as Organizações das Sociedade Civil, as quais quando da sua origem trazem uma carga emocional bastante intensa, mas que somente através da implantação de processos de gestão eficientes e eficazes, é que garantirão a sua sustentabilidade. Para ele, quando se discute a respeito do cenário brasileiro que envolve a geração prateada faz-se necessário trabalhar em uma rede colaborativa. “Para resolvermos problemas complexos que temos hoje no mundo, jamais será possível com uma abordagem solitária. É condição que se reúna um grupo de atores sociais. Cada vez mais este é o papel da Parceiros Voluntários, de fomentar os ativos das comunidades em busca do seu desenvolvimento sustentável. É a comunidade fazendo pela comunidade”, afirmou José Alfredo.
O professor doutor da Escola de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Angelo Bós, explica que o Seminário De Repente 60+ foi um grande evento que reuniu diferentes perspectivas sobre o envelhecimento não somente do ponto de vista biológico, mas também social, econômico, laboral e de serviços. O acadêmico acredita que foi muito rico ter uma plateia predominantemente madura no evento. “Como professor Universitário de uma Instituição Comunitária com a tradição de trabalho com a terceira idade, como a PUCRS, o contato com esse grupo etário é essencial. Entretanto, como ele não é homogêneo e o Seminário propôs a inclusão de assuntos diversificados, a plateia também foi diversificada tornando a experiência diferente das anteriores (que palestrei)”, explicou o Angelo Bós.
O pesquisador abordou em sua palestra no evento o programa de educação de autogestão/autocuidando “Assumindo o Controle de Sua Saúde”, desenvolvido originalmente pela Universidade de Stanford, pela professora Kate Lorig. Ele tem como objetivo empoderar pessoas com condições crônicas, tornando os participantes peritos no autocuidado. Para Bós, o principal entreve para se ter uma boa saúde é a falta de educação. “Educação para se ter uma boa saúde deveria fazer parte do currículo escolar e profissionais de saúde deveriam se dedicar mais a educar os pacientes a terem uma melhor saúde e não só o cuidado específico como o tratamento de determinada condição de saúde”, destacou.
Outro palestrante, Mórris Litvak, CEO da startup MaturiJobs, que abordou a importância da diversidade etária nas empresas e o preconceito etário, evidencia que a contribuição dos maduros no mercado de trabalho é gigantesca, pois eles têm um perfil muito complementar ao jovem, de responsabilidade, experiência profissional e de vida. Litvak explica que os seniores são um público consumidor muito grande e as empresas estão começando a olhar e, para entendê-los, precisam ter essas pessoas dentro de casa como colaboradores. “O preconceito etário é um fato no mercado de trabalho e é muito grande. São paradigmas que temos que quebrar. É uma questão cultural que não se muda de uma hora para outra, viemos diariamente falando com as empresas, mas é preciso que não só o RH, mas os líderes, gestores se conscientizem da importância social e estratégica, porque, senão, vão ficar para trás”, alerta Mórris Litvak.
Para saber mais:
As palestras do Seminário De Repente 60+: Protagonismo, Saúde e Mercado de Trabalho estão disponíveis no canal no Youtube da Parceiros Voluntários e no link no site.
Você pode também participar dos Seminários Itinerantes realizados pela Parceiros são encontros nos territórios da cidade de Porto Alegre para disseminação e debate sobre a política pública do idoso.
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