“O homem mais feliz é aquele que faz a felicidade de um maior
número de outras pessoas” (Diderot).
Voluntariado empresarial é um conjunto de ações realizadas por empresas para incentivar e apoiar o envolvimento dos seus funcionários em atividades voluntárias na comunidade.
A expressão é também utilizada para designar a prática do voluntariado em si, desde que se trate de um grupo de voluntários ligado diretamente a uma empresa (funcionários efetivos e terceirizados), ou indiretamente (familiares dos funcionários, ex-funcionários e aposentados).
Um programa de voluntariado empresarial, por sua vez, é o aglomerado de ações orquestradas e sistemáticas que uma empresa realiza com a finalidade de dar suporte ao voluntariado empresarial.
O voluntariado empresarial é uma rota estratégica que traz ganhos para a empresa, a comunidade e os funcionários. Do lado social, permite reduzir problemas que aflijam verdadeiramente a comunidade, resultando em melhorias na qualidade de vida, ajudando a construir uma sociedade mais saudável e trabalhando, em última estância, em favor da perpetuação das atividades da empresa.
No âmbito dos negócios, programas de voluntariado empresarial auxiliam no desenvolvimento de habilidades pessoais e profissionais, promovem a lealdade e a satisfação com o trabalho, ajudam a atrair e a reter funcionários qualificados. Também podem contribuir para que a empresa promova a sua marca ou melhore a reputação de seus produtos.
O tipo de apoio que uma empresa pode oferecer a um programa de voluntariado varia conforme o grau de estruturação que ela pretende imprimir à iniciativa. Ações mais estruturadas e complexas invariavelmente demandarão maior esforço, dedicação e investimento.
Oferecer recursos para projetos ou ações de caráter assistencial, educacional, cultural, ambiental; permitir que os funcionários usem as instalações da empresa para planejar e, eventualmente, executar ações voluntárias – como permitir o uso do telefone durante o expediente para combinar ações de voluntariado e parte do horário de trabalho para realizar a atividade; oferecer capacitação para o funcionário melhorar sua performance como voluntário e criar um banco de oferta e procura de atividades voluntárias são alguns exemplos de como as empresas podem apoiar.
Cada pessoa é voluntária à sua moda e é a soma das diferentes maneiras de exercer o voluntariado que torna a proposta de agir em grupo muito rica.
Uma dica importante para definir como atuar é identificar as potencialidades de colaboração de cada um, as necessidades da comunidade e pôr a imaginação para funcionar. A ação do voluntário não desonera o Estado de suas obrigações e não deve ser encarada como mão de obra gratuita.
Dar palestras sobre temas genéricos (como respeito ao meio ambiente, educação no trânsito, combate às drogas) ou específicos (nutrição, desenvolvimento infantil, economia doméstica, apoio à terceira idade, vida em família, etc.) e ainda realizar atividades educativas, dar apoio emocional a pessoas hospitalizadas ou doentes crônicos, organizar campanhas, são algumas possibilidades concretas de atuação individual ou coletiva.
Gerenciar um programa de voluntariado é, essencialmente, administrar e dar suporte às atividades de um conjunto de cidadãos dentro de um contexto (empresa, clube, escola, associação)unidos em torno de ideais muito particulares, que falam mais forte ao coração à razão.
Entre as várias áreas de uma empresa, a de Gestão de Pessoas (ou Recursos Humanos) desponta como o departamento que apresenta maiores possibilidades de troca com um programa de voluntariado empresarial e é, geralmente, onde a construção de uma aliança se faz mais necessária.
De micro a grandes empresas, não importando a qual divisão corporativa o programa está vinculado, é praticamente impossível uma iniciativa dessa natureza lograr sucesso sem uma forte interação com as políticas de Gestão de Pessoas.
Um programa de voluntariado empresarial precisa do suporte de Gestão de Pessoas para efetivar-se no dia a dia da organização. Ainda que a orientação da empresa seja por apoiar as atividades voluntárias de seus funcionários somente durante seu tempo livre, há sempre momentos em que a equipe de voluntários tem de se reunir para encaminhar questões em conjunto, o que na maioria das vezes, só acontece durante o expediente.
Atuar em grupo, faz parte da essência do voluntariado empresarial. Isto é, quando um funcionário propõe compensações de horas para visitar um projeto social, a negociação em busca do consentimento da área de Gestão de Pessoas é vital.
O detalhamento passo a passo e o aprofundamento dos diversos aspectos a serem considerados para a implementação de um programa de voluntariado empresarial, inclusive ilustrado com casos de empresas, constam da publicação ” Como as Empresas Podem Implementar Programas de Voluntariado ” . Os interessados em obter acesso à publicação, podem acessá-la no site do Instituto Ethos – www.ethos.org.br. Elaborada pelo Instituto Ethos em parceria com o Programa Voluntário do Conselho da Comunidade Solidária, o manual tem por objetivo mostrar às empresas que ao apoiar e incentivar seus funcionários a se envolver com a comunidade, elas podem se constituir em escolas de cidadania.
O programa de voluntariado, ao canalizar recursos humanos para melhorar a vida da comunidade, pode se constituir num grande movimento de solidariedade e de cidadania que, em conjunto com ações da sociedade civil organizada, gestão socialmente responsável das empresas e políticas públicas dos governos, pode ajudar a transformar nossa sociedade.
Oded Grajew é diretor presidente do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social e presidente do Conselho de Administração da Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança
http://www.uol.com.br/aprendiz
/guiadeempregos/terceiro/info/
artigos_120601.htm
Fonte: Jornal Valor Econômico